sexta-feira, 22 de maio de 2009

Olhos gigantes para o céu ....


Artigo apresenta a nova geração de instrumentos que vão observar o universo nas próximas décadas.




Em cerca de uma década, um filão importante do futuro da astronomia estará pronto para render dividendos científicos e tecnológicos sem iguais. Equipamentos sofisticados, presos ao solo ou em órbita no espaço, farão os humanos enxergarem o cosmo cada vez mais longe e com precisão até agora inédita. 

A nova geração de instrumentos astronômicos irá capturar detalhes dos mais diversos e peculiares corpos que formam a fauna celeste. Estrelas, galáxias, nuvens de gás e poeira, aglomerados, buracos negros, quasares... A lista é longa. 

Essa é uma jornada que começou modestamente, quando um italiano resolveu passar seu olhar através das lentes de apenas 3 cm de seu telescópio, para observar o Sol, a Lua e os planetas. De lá para cá, os astrônomos criaram máquinas maravilhosas que permitiram ao ser humano embarcar em uma viagem rumo ao passado de sua própria história, aos tempos em que o universo era recém-nascido. 

Bem-vindo ao futuro. 

Começa a caçada 
Início de 2019. Da base do pequeno platô, a cerca de 3 mil m de altitude em relação ao nível do mar, ainda se vê o horizonte claro, na direção do Sol poente. A gigantesca meia esfera prateada começa a abrir suas janelas laterais. O ar frio, da noite que se inicia, passa sobre os mil espelhos hexagonais, que formam uma colmeia perfeita, de 42 m de diâmetro. O E-ELT, o maior telescópio óptico do mundo, estica seus ‘músculos’ para começar a caçada daquela noite. Alvos: estrelas próximas que podem conter planetas parecidos com a Terra. 

Ao mesmo tempo, a 5 mil m de altitude, nos Andes chilenos, as 64 antenas parabólicas, de 12 m cada, do rádio-observatório Alma apontam, em conjunto, para uma distante galáxia em formação que não pode ser vista por telescópios ópticos. E, além da órbita da Lua, a 1,5 milhão de km da Terra, o telescópio James Webb (1906-1992) – homenagem ao segundo administrador da Nasa, agência espacial norte-americana – usa seus espelhos superleves, feitos à base do elemento químico berílio, para tentar identificar, por meio da radiação infravermelha (calor), os primeiros objetos luminosos formados no início do universo. 

Ainda que 10 anos no futuro, esses fatos estão longe de ser ficção científica. Pelo contrário, são a realidade científica em desenvolvimento para descortinar as fronteiras do nosso conhecimento astronômico. 

No entanto, o uso desses fabulosos instrumentos de investigação do universo teve um início bem mais modesto, embora não menos importante. 

Bruno Vaz Castilho 
Laboratório Nacional de Astrofísica (Itajubá, MG)

Link da matéria completa para download: http://cienciahoje.uol.com.br/protected/145170

Fonte:REVISTA CH

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