segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Especialistas defendem ciência espacial contra mudança climática

A ciência espacial é uma importante ferramenta na luta contra a mudança climática, além de motor de crescimento através da cooperação internacional, segundo as ideias defendidas no 60º Congresso Internacional de Astronáutica, que começou hoje na Coreia do Sul com a participação de 3 mil especialistas.
O presidente da Federação Internacional de Astronáutica (IAF, em inglês), Berndt Feuerbacher, disse na inauguração que, apesar das dificuldades econômicas, ficou comprovado que a indústria espacial provou ter um grande potencial e pode contribuir ao crescimento sustentável.
Além disso, destacou a importância da ciência espacial para combater a mudança climática, e para isso pediu cooperação entre os organismos presentes, informou a agência "Yonhap".
Feuerbacher lembrou o papel cada vez mais importante dos satélites para controlar os níveis de CO2 na atmosfera terrestre e outros gases do efeito estufa, assim como a necessidade de cooperar e compartilhar informação neste sentido.
A cidade sul-coreana de Daejeon reunirá durante cinco dias importantes cientistas, empresários e representantes de Governos das principais potências espaciais e dos novos países emergentes.
Entre os presentes, estão os diretores das principais agências espaciais do mundo, como a Agência Espacial Europeia (ESA), a americana Nasa, a russa Roscosmos, a japonesa Jaxa, a chinesa CNSA e a indiana ISRO.
Este encontro é o mais importante do campo da ciência aeroespacial e, este ano, estará orientado a oferecer ideias sobre a luta contra o aquecimento global, para promover o uso civil do espaço e promover a cooperação.
Na cerimônia de inauguração, o presidente sul-coreano, Lee Myung-bak, fez hoje uma chamada à comunidade internacional para cooperar no desenvolvimento espacial, depois que seu país conseguiu lançar seu primeiro foguete no mês passado, com ajuda russa.
A Coreia do Sul e seu Instituto de Pesquisa Aeroespacial da Coreia (Kari, em inglês), propuseram hoje a criação de um grande grupo regional Ásia-Pacífico para aumentar a cooperação em matéria espacial e que tem a intenção de estender seus laços à América Latina e À África.
No mês passado, a Coreia do Sul deu os primeiros passos de seu programa espacial de foguetes ao lançar o "Naro-1", que foi qualificado como "um êxito médio", já que não conseguiu pôr em órbita o satélite que levava.
A Coreia do Sul conta com a cooperação da Rússia, que contribuiu para a construção do "Naro-1" em seu programa espacial, mas espera poder construir seus próprios foguetes até 2018 e enviar uma sonda à Lua em 2025.
O satélite natural da Terra será uma dos temas presentes no encontro, depois que na sexta-feira passada a Nasa conseguiu realizar um impacto controlado em uma cratera do pólo sul lunar para provar a existência de vapor de água.
Esta missão é similar à "Chandrayaan-1", que a Índia realizou durante o último ano e que provou a existência de água na Lua, graças à cooperação americana, no mês passado.
Com um objetivo a longo prazo, as grandes economias emergentes da Ásia, China e Índia querem também se unir na conquista da Lua, com o objetivo de estabelecer bases permanentes no futuro e realizar a exploração de recursos, como o hélio-3, um composto que poderia ser vital para a fusão nuclear.
O cada vez maior protagonismo da Ásia na pesquisa espacial ficou demonstrado com a importância crescente da China, que enviou seu primeiro homem ao espaço há seis anos e, em 2008, realizou seu primeiro passeio espacial.
Assim, o presidente da IAF pediu para aumentar a cooperação internacional e indicou que os países que ainda têm um programa espacial em suas primeiras fases podem fazer valer as áreas nas quais são pioneiros.
Feuerbacher deu como exemplo a Coreia do Sul e sua importância no setor das tecnologias da informação, e lembrou que os problemas de financiamento, como os que aparecem em épocas de crise, fomentarão a colaboração internacional.
Fonte: Portal Terra

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