segunda-feira, 29 de março de 2010

Cientistas procuram matéria escura em projeto do "Big Bang"

Os cientistas do centro de pesquisa Cern começarão na terça-feira a promover colisões de partículas a energia muito elevada e a velocidade próxima à da luz a fim de criar miniversões do Big Bang, evento que deu origem ao universo. "Estamos abrindo as portas à Nova Física, a um novo período de descobertas na história da humanidade", disse Rolf Dieter Heuer, diretor geral do Centro Europeu de Pesquisa Nuclear (Cern), localizado na fronteira entre a França e a Suíça, perto de Genebra.

Na manhã de terça-feira, feixes de partículas começarão a circular em direções opostas no túnel oval de 27 km do Grande Colisor de Hádrons, ou LHC na sigla em inglês, a uma energia de 3,5 tera-elétron volts (TeV), ou 3,5 trilhões de elétron volts. Quando as partículas colidirem umas com as outras, cada colisão criará uma explosão que permitirá que milhares de cientistas vinculados ao projeto em todo o mundo rastreiem e analisem o que aconteceu um nanossegundo depois do verdadeiro Big Bang, 13,7 bilhões de anos atrás.

O Cern reativou o LHC em novembro, depois de paralisá-lo nove dias depois do lançamento inicial, em setembro de 2008, quando a máquina se superaqueceu devido a problemas no cabo supercondutor que conecta dois ímãs de refrigeração. Os cientistas esperam que a grande experiência lance luz sobre mistérios importantes do cosmos, como a origem das estrelas e dos planetas e o que exatamente é a matéria escura.

Com o tempo, especialmente depois de 2013, quando a energia do feixe subirá a 7 TeV, com poder de impacto de 14 TeV, o LHC, uma construção subterrânea, deve gerar bilhões de colisões, propiciando um vasto volume de dados sobre a detonação primordial e aquilo que aconteceu depois.

Mas pode demorar horas ou até mesmo dias antes que aconteçam as primeiras colisões na maior experiência científica do mundo.

"Alinhar os feixes já é um grande desafio; é como disparar agulhas dos dois lados do Atlântico e esperar que elas colidam de frente no meio do caminho", disse Steve Myers, diretor de aceleradores e tecnologia do Cern. Os físicos estão se concentrando na identificação do bóson de Higgs - a partícula que recebeu o nome do professor escocês Peter Higgs, que três décadas atrás sugeriu que algo como ela torna possível a conversão da matéria criada no Big Bang em massa.

Tentativas anteriores de encontrar a partícula fracassaram. Segundo os físicos, a presença dela no cosmos permitiu que os escombros gasosos após o Big Bang se transformassem em galáxias, com estrelas e planetas como a Terra. Os cientistas do CERN também esperam encontrar evidência concreta da matéria escura, que acredita-se ser responsável por cerca de 25 por cento do Universo.

Os pesquisadores, no decorrer dos estudos no LHC, também esperam encontrar prova real da existência da energia escura, que representa os cerca de 70% restantes do cosmos. Mas o experimento também pode ingressar no mundo da ficção científica, uma vez que as previsões de muitos cosmologistas, apontam para a existência de outros universos paralelos e de dimensões além das cinco conhecidas, além de se vislumbrar o que havia antes do Big Bang. 

Fonte:Portal Terra

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