sábado, 7 de agosto de 2010

Lua pode ser seca, sugere estudo com medição de cloro

O interior da Lua pode não conter água no final das contas, apesar de estudos recentes terem sugerido a existência do líquido.

Por décadas, após os astronautas da Apollo terem pousado em uma superfície lunar desolada, a Lua foi considerada seca. Mas essa visão começou a mudar em 2008, quando pesquisadores descobriram água dentro de esferas minúsculas de rocha vulcânica vítrea em concentrações semelhantes àquelas encontradas em rochas vulcânicas terrestres.

Agora pesquisadores liderados por Zachary Sharp, da Universidade do Novo México, em Albuquerque, afirmam que medições de cloro em uma dúzia de amostras colhidas nas missões Apollo sugerem que o interior da Lua sempre foi seco. A Terra contém entre 10 mil e 100 mil vezes mais água que a Lua.

O cloro está disponível em dois isótopos estáveis (cloro-35 e cloro-37). A equipe de Sharp descobriu que a versão mais pesada do elemento é mais abundante em amostras da Lua que na Terra, sugerindo que as rochas lunares se formaram em um ambiente muito seco.

Isso porque átomos de hidrogênio contidos em água ligam-se rapidamente com o isótopo pesado do cloro, formando gás de ácido hidroclórico, que sobe em direção ao espaço, deixando para trás uma maior quantidade do isótopo mais leve.

Acredita-se que a Lua tenha sido formada por destroços de uma colisão entre um objeto do tamanho de Marte e a Terra há 4,5 bilhões de anos. Segundo Sharp, à medida que a Lua fundida cristalizou-se até formar uma rocha, quantidades mínimas de água teriam se concentrado cada vez mais em quantidades menores de magma líquido.

Esse magma rico em água chegou à superfície por meio de erupções, pois era rico em compostos voláteis. Os astronautas da Apollo podem ter coletado esse magma na forma de bolhas de vidro vulcânico. É possível, no entanto, que esse magma não seja representativo da Lua.

Ainda é cedo para definir a questão da água na Lua. É preciso estudar mais amostras, principalmente de áreas ainda não estudadas pela Apollo ou por missões robóticas. O estudo foi publicada na revista "Science". 

Fonte: UOL

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