segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Meteorito que caiu na França tem estilhaços de supernova

Um meteorito que caiu na Terra há quase 150 anos parece conter estilhaços microscópicos de uma estrela que explodiu quando surgiu o sistema solar.

A composição química do meteorito Orgueil, que atingiu a França em 1864, indica que uma estrela explodiu e formou uma supernova há cerca de 4,5 bilhões de anos, quando os planetas estavam se formando ao redor do Sol.

A partir dos restos encontrados no meteorito francês, os cientistas quiseram determinar que tipo de estrela explodiu e se foi gerada uma supernova tipo 1 ou tipo 2.

A supernova tipo 1 ocorre com a morte de uma estrela anã-branca pequena, mas extremamente densa. Já a supernova tipo 2 se forma quando uma estrela gigante - pelo menos nove vezes mais pesada que o Sol - queima quase todo o seu combustível, o que desencadeia um colapso interno seguido de uma explosão.

Grãos de supernova tipo 2 já foram encontrados em meteoritos antes, mas, até agora, nenhum marcador de supernova tipo 1 havia sido achado.

A grande quantidade de cálcio 48 encontrada no meteorito Orgueil levou os cientistas a acreditarem que ele foi originado de uma supernopva tipo 1. Isso porque o cálcio 48 é gerado em grandes quantidades na supernova tipo 1, mas é inexistente na supernova tipo 2.

ELEMENTOS METÁLICOS

O estudo pode, ainda, resolver o mistério de variação da quantidade de elementos químicos entre planetas e entre meteoritos.

Antes, os cientistas acreditavam que os elementos químicos foram distribuídos uniformemente por uma espécie de nuvem de gás e poeira que entrou em colapso para formar o nosso sistema solar.

Agora, com a descoberta da composição do meteorito Orgueil, a expectativa é que a distribuição de elementos metálicos não tenha sido tão uniforme assim.

Os resultados sugerem que a supernova lançou os grãos desordenadamente no espaço e que esses grãos foram incorporados em meteoritos - como o Orgueil - e em planetas que estavam começando a se formar em torno do Sol.

Os grãos analisados têm menos de 100 nanômetros de diâmetro, ou seja, cerca de um milésimo da largura de um fio de cabelo humano.

O estudo do meteorito foi liderado por Nicolas Dauphas, pesquisador da Universidade de Chicago, nos Estados Unidos. Os resultados estão na última edição da revista científica "Astrophysical Journal". 
 
Fonte: UOL

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