domingo, 1 de abril de 2012

A Terra e as luas

Nossa querida Lua, de uns 3.400 km de diâmetro, tão amada por poetas, artistas e românticos tem orbitado a Terra por mais de 4 bilhões de anos, mas nunca sozinha. E não estou falando de satélites artificiais.

Um estudo publicado recentemente na revista “Icarus”, envolvendo uma equipe de astrônomos da Universidade de Helsinki, do Observatório de Paris e da Universidade do Havaí mostra que a Lua nunca está sozinha. Neste caso, suas primas muito menores (chamadas de miniluas) e fugidias vêm, ficam um tanto e se mandam em órbita do Sol.

A pesquisa simulou em um supercomputador em Marselha, na França, o comportamento de 10 milhões de asteroides ao passarem próximos da Terra. Os pesquisadores acompanharam com detalhes a trajetória de 18 mil desses objetos, puxados pela gravidade terrestre. Se estas simulações e este acompanhamento fossem feitos em um computador comum, seriam necessários ao menos seis anos para se chegar às conclusões apresentadas no artigo, disse Jeremie Vaubaillon do Observatório de Paris. E que conclusões são estas?

As simulações mostram que a qualquer momento (agora, por exemplo) um asteroide com pelo menos um metro de diâmetro está orbitando a Terra. E mais ainda, se existe pelo menos um objeto de um metro orbitando a Terra, certamente existem muito mais objetos deste tipo, mas menores, também em órbita.

Mas você deve estar pensando: óbvio, todos os dias cai na Terra pelo menos uma tonelada de material que se queima na atmosfera – as famosas estrelas cadentes –, mas que eventualmente chegam ao solo. Mas não são estes os objetos deste estudo. Neste caso, são asteroides que são capturados pela gravidade da Terra, mas não a ponto de caírem nela.

Estes – muitos – asteroides, quando passam por perto da Terra, sofrem um puxão gravitacional e entram em órbita dela. Mas não uma órbita fechada como a da Lua. Estes asteroides ficam indo e vindo numa trajetória complicada que pode durar décadas. Na média – das simulações –, os asteroides tendem a permanecer uns nove meses como uma minilua e aí conseguem energia suficiente para se libertar da ação gravitacional da Terra e tocam o seu caminho pelo Sistema Solar.

Em 2006, o projeto de rastreio do céu Catalina, da Universidade do Arizona, descobriu uma dessas mini luas. Batizada de 2006 RH120, esta minilua tinha o tamanho de um carro médio e nos fez companhia por quase um ano. Depois disto, conseguiu se livrar da atração gravitacional da Terra e se foi.

Um dos autores do trabalho, Robert Jedicke, acredita que no futuro, estas miniluas poderiam ser trazidas para a superfície terrestre. Segundo ele, este seria um jeito mais barato de se estudar as condições químicas e físicas do Sistema Solar quando foi formado.

Fonte: Globo.com (observatório)

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