quinta-feira, 17 de maio de 2012

Em junho, Vênus transita em frente ao Sol pela última vez até 2117.

O planeta Vênus poderá ser visto em junho durante o trânsito em frente ao Sol, um fenômeno que não ocorrerá novamente até 2117 e ajudará na busca de exoplanetas, informou nesta quarta-feira a revista britânica Nature.

Vênus, o segundo planeta do Sistema Solar em ordem de distância do Sol e o terceiro menor, transitará diante do astro rei entre 5 e 6 de junho, disse o astrônomo Jay Pasachoff, da Williams College, nos Estados Unidos, em um artigo publicado pela revista.

"Esperamos que o trânsito de Vênus nos proporcione uma visualização de exoplanetas", explicou o astrônomo. Apesar de Vênus ser visível a partir da Terra em poucas ocasiões, Pasachoff confia que neste ano a visualização seja melhor que a de 2004, já que a atividade solar é mais intensa agora.

Os pesquisadores aproveitam estes fenômenos para testar novas técnicas e métodos de visualização de planetas distantes da Terra. "Os cientistas de hoje enviam sondas espaciais a outros planetas para uma apuração mais detalhada, mas a observação desses fenômenos a partir do nosso planeta nos proporciona uma informação única e nos dá a oportunidade de melhorar nossos métodos de busca a exoplanetas", explicou Pasachoff.

O fenômeno será registrado pelo satélite da Nasa ACRIMSAT, que oferecerá uma imagem similar à obtida a partir de outros satélites e telescópios como o Kepler, especificou o cientista. A equipe de Pasachoff se concentrará no estudo da atmosfera de Vênus, visível graças aos raios que atravessarão durante o percurso pela frente do Sol. Os dados recopilados serão comparados com os obtidos na observação das atmosferas de exoplanetas, destacou o astrônomo.

Desde o século XVII, quando foram inventados os primeiros telescópios, Vênus se deslocou pela frente do Sol em seis ocasiões (1639, 1761, 1769, 1874, 1882 e 2004). Em todos eles, os cientistas realizaram centenas de estudos e medições com o objetivo de resolver um dos maiores mistérios da astronomia da época: calcular a distância entre a Terra e o Sol.

Pasachoff reconheceu que é cedo para saber como ajudará no estudo dos trânsitos no Sistema Solar na observação dos exoplanetas distantes, mas ressaltou que esses deslocamentos são raros e não devem ser desperdiçados.

"Devemos isso aos futuros astrônomos, especialmente para aqueles que observarão o fenômeno em 2117", disse Pasachoff.

Fonte: Portal Terra

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