sábado, 29 de setembro de 2012

Curiosity acha resquícios de possível rio em Marte .

A sonda Curiosity, da Nasa, encontrou indícios de que o local do seu pouso em Marte já esteve cheio de água, elemento considerado crucial para a possibilidade de ter havido vida no planeta.

A Curiosity, um laboratório móvel completo, do tamanho de um carro pequeno, pousou em 6 de agosto dentro de uma depressão próxima ao equador marciano. Análises de uma lasca de pedra encontrada nos arredores indicam que ali já houve uma corredeira.

Imagens enviadas pela sonda e divulgadas nesta quinta-feira mostram pedras arredondadas incrustadas na rocha. Rebecca Williams, cientista ligada ao projeto, disse que essas pedras são grandes demais para terem sido transportadas pelo vento. "O consenso da equipe científica é que são seixos transportados pela água em um riacho vigoroso", disse ela. Acredita-se, portanto, que a rocha tenha estado no leito de um antigo rio com profundidade 10 a 50 cm.

Os tamanhos e as formas destas pedras dão uma ideia de velocidade e distância do fluxo desta corrente, segundo os cientistas. "A partir do tamanho do cascalho, se pode inferir que a água fluiu a 0,91 metro por segundo", disse William Dietrich, da Universidade da Califórnia, um dos cientistas da missão. Dietrich acredita que o rio possa ter chegado a 1 m.

A forma arredondada de algumas destas rochas indicam que foram transportadas por longas distâncias da parte superior da bacia, onde um "canal" chamado "Peace Vallis" se unia à corrente aluvial. "A forma deste cascalho indica que foi transportado e o tamanho confirma que não foi arrastado pelo vento, mas pelo fluxo d'água", disse Rebecca.

A abundância de canais na bacia aluvial sugere que estes fluxos d'água foram contínuos ou repetidos durante um longo período de tempo e não ocasionais ou de alguns poucos anos, explicaram os cientistas. Já tinham sido observadas provas da presença de água em Marte no passado, mas nunca tinham sido detectados sedimentos deixados pela água, afirmaram.

A sonda se dirige agora a uma área conhecida como Glenelg, onde três tipos diferentes de rocha se encontram. Os cientistas ainda não decidiram se a lasca de rocha merece uma análise química, ou se há alvos mais adequados para que a Curiosity procure elementos constitutivos da vida e os minerais que os preservariam.

"A questão da habitabilidade vai além da simples observação da água de Marte", disse o cientista John Grotzinger, do Instituto de Tecnologia da Califórnia. "Certamente a água corrente é um lugar onde micro-organismos poderiam ter vivido. Esse tipo em particular de rocha pode ou não ser um bom lugar para preservar esses componentes que associamos a um ambiente habitável", afirmou.

O Laboratório Curiosity de Ciência em Marte custou US$ 2,5 bilhões e é a primeira missão de astrobiologia da Nasa desde as sondas Viking, na década de 1970.

Fonte: Portal Terra

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