quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Com dica da Nasa, ISS pode ser vista a olho nu.

Quem olha para o céu à procura de estrelas, planetas ou objetos voadores não identificados pode se deparar com um objeto voador bem identificado, que serve de moradia não para alienígenas, mas para astronautas como Kevin Anthony Ford, Oleg Viktorovich Novistky e Yevgeni Igorevich Tarelkin, que ingressaram na Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês) em outubro deste ano. Para a visualização, no entanto, não basta colocar a cabeça para fora do quarto e torcer pelo melhor, embora a ISS seja o terceiro objeto mais brilhante do céu, depois da Lua e do Sol. A possibilidade de avistamento não ocorre todo dia. Por isso, no último mês, a Nasa passou a oferecer um serviço que avisa o usuário quando a estação poderá ser observada a olho nu a partir de sua cidade.

O observador não deverá esperar acenos da tripulação. Verá apenas uma luz forte percorrendo velozmente o céu. Mas, para quem gosta de astronomia, essa ideia já é bastante interessante, afinal, em órbita há 14 anos, a ISS constitui-se de uma colaboração entre agências de diversos países, que acarreta estudos espaciais e uma união quase insólita entre os Estados Unidos e a Rússia, antagonistas na Corrida Espacial.

Thiago Schmitt, 25 anos, estudante de administração da Universidade Feevale, de Novo Hamburgo, recebeu um e-mail da Nasa na manhã do dia 26 de novembro. A mensagem dizia o seguinte: "SpotTheStation! Time: Mon Nov 26 9:11 PM, Visible: 3 min, Max Height: 79 degrees, Appears: SW, Disappears: NE". Ele entendeu os códigos: duração da visibilidade (três minutos), altura (79 graus), em qual direção aparece (sudoeste) e em que direção desaparece (nordeste).

"Não sabia que era possível ver a ISS a olho nu e, como sou fissurado pelas áreas de aeronáutica e aeroespacial, enxergar algo feito pelo homem a milhares de quilômetros da Terra mesmo não tendo equipamentos é impressionante. E exatamente como previsto no e-mail - na hora certa, no local certo e no tempo certo", entusiasmou-se Schmitt, que já teve aulas práticas e teóricas de piloto privado.

De acordo com ele, enxergar a estação é bem diferente de ver, por exemplo, um avião. "A luz forte e contínua da ISS é um grande diferencial de aviões e helicópteros, já que eles têm a maioria de suas luzes intermitentes", conta. "Consegui ver por aproximadamente dois minutos e 30 segundos. Tem uma velocidade muito grande e não produz barulho, outra diferença em relação a outros objetos que estamos acostumados a ver".

A astrônoma Lucimara Martins, professora do Núcleo de Astrofísica Teórica da Universidade Cruzeiro do Sul, de São Paulo/SP, explica que é possível ver a Estação a olho nu porque ela se encontra em uma órbita baixa - a uma altitude de 360 km. "Ela (a Estação) não emite luz, mas reflete a luz do Sol. Os planetas que avistamos também fazem isso. Dessa forma, o brilho dela permite que a vejamos a olho nu", explica a astrônoma, lembrando que, em noites limpas, muitas vezes é possível ver a passagem de satélites comuns.

De acordo com a agência espacial americana, a periodicidade da visualização a olho nu poderá variar entre uma vez por semana e uma vez por mês. A Nasa diz que apenas notifica no Spot The Station os usuários que estão nos lugares que terão "bons avistamentos" da Estação. Os locais por onde passa a ISS são identificados a partir do Centro Espacial Johnson, em Houston, no Texas.

Como é o cadastro?
Para receber os alertas, qualquer pessoa pode se cadastrar no aplicativo, chamado "Spot The Station" e disponível em spotthestation.nasa.gov, inclusive para o Brasil. Caso a sua cidade não apareça na lista, escolha uma cidade próxima ou a capital de seu Estado. Segundo a agência, há 4,6 mil cidades disponíveis, porém a ISS pode ser visível a partir de lugares até distantes dos listados. Além desse detalhe, ajuda, na hora de olhar para o céu, ter uma bússola em mãos ou as referências cardeais.

O que é aquela luz forte?
- Nona estação espacial a ser habitada

- Estação em órbita há 14 anos

- Símbolo de cooperação internacional

- Painel solar com o tamanho de três câmaras do Senado dos EUA

- Estação maior do que uma casa de cinco quartos

- Cinco vezes maior do que a Mir, estação russa

- 52 computadores nos sistemas da ISS

- Estação pesa 420 mil kg, equivalente a 320 automóveis

- Do início ao fim, ISS mede 108 m

Quem está lá?
Os habitantes mais recentes da Estação Espacial Internacional embarcaram no dia 23 de outubro. Lançada a partir do Cosmódromo de Baikonur, no Cazaquistão, a nave russa Soyuz TMA-06M transportou o astronauta Kevin Anthony Ford e os cosmonautas Oleg Viktorovich Novistky e Yevgeni Igorevich Tarelkinos, membros da Expedição 33/34, para uma missão de cinco meses. Eles se juntaram aos tripulantes da TMA-05M, a astronauta americana Sunita Williams, o cosmonauta russo Yuri Malenchenko e o japonês Akihiko Hoshide, para realizar pesquisas conjuntas e operações a bordo da plataforma orbital.

Mas não por muito tempo. No dia 19 de dezembro, a Soyuz conduzirá à ISS o russo Roman Romanenko, o canadense Chris Hadfield e o norte-americano Thomas Marshburn. O grupo, que atualmente treina na base espacial russa de Baikonur, chegará à estação dois dias após o embarque, em 21 de dezembro, a tempo de passar o Natal em órbita e principiar uma jornada de cinco meses a bordo.

Fonte: Portal Terra

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