sexta-feira, 26 de junho de 2015

Rússia traça planos para pousar na Lua e deixa Marte para a Nasa.

O chefe da agência espacial estatal russa está mirando para a Lua, três anos depois de um antecessor alertar que o país estava prestes a perder sua competitividade no setor.

A execução de uma missão lunar tripulada em 2029-2030 é a prioridade da Rússia e não existem planos, "no estágio atual", para uma viagem a Marte, disse Igor Komarov, chefe da Agência Federal Espacial, ou Roscosmos, em entrevista em São Petersburgo, na semana passada.

"A Nasa tem Marte como prioridade", disse Komarov. "Nesse estágio, estamos fazendo da Lua nossa prioridade. Nós podemos complementar bem uns aos outros e trabalhar em conjunto nesse programa".

A ambição de Komarov de levar um russo à Lua contrasta com o alerta do ex-chefe da Roscosmos, Vladimir Popovkin, feito em 2012, para quem a indústria espacial do país corria o risco de perder a competitividade dentro de três ou quatro anos se não fossem adotadas "medidas urgentes".

A Rússia, que colocou o primeiro homem em órbita, em 1961, encara a Lua como uma base para missões espaciais mais profundas, disse Komarov. O país planeja enviar três naves não tripuladas ao satélite natural antes de um cosmonauta russo tentar uma alunissagem, embora a vizinha mais próxima da Terra não deva se tornar objeto de uma corrida tecnológica entre a Rússia e os EUA, disse ele.

Sócios espaciais
"Nós enxergamos isso como um projeto conjunto e estamos prontos para convidar nossos sócios para realizar isso", disse Komarov, 51, que foi nomeado chefe da Roscosmos em janeiro depois de a agência se combinar com a United Rocket and Space Corp., que ele dirigia. Após dirigir a fabricante de carros russa OAO AvtoVAZ por quatro anos, ele recebeu em 2013 a tarefa de reformular a indústria espacial do país depois de uma série de acidentes recentes durante lançamentos.

Em meio à piora dos laços entre Rússia e EUA devido ao conflito na Ucrânia, a pesquisa espacial pode fornecer um exemplo de que a cooperação não depende da política, disse Komarov.

As sanções impostas pelos EUA e pela União Europeia não afetam a cooperação para administrar a Estação Espacial Internacional, disse ele. O aumento dos preços dos equipamentos e os atrasos nos projetos internacionais mostram que a indústria espacial russa não evitou completamente as tensões e que agora se vê forçada a buscar uma cooperação maior com os colegas membros do grupo Brics, que inclui Índia, China, Brasil e África do Sul, segundo Komarov.

"É mais fácil implementar os projetos globais juntos", disse ele. "É necessário menos investimento e isso beneficia a todos".

A humanidade sempre será unida pelo "eterno sonho" de procurar civilizações em outros planetas, disse Komarov. "Eu acredito na existência de um intelecto diferente do nosso", disse ele.

Fonte: UOL

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