quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Nasa não tem verba para monitorar asteroides mortais.

A Nasa, agência espacial americana, é encarregada de monitorar a maioria dos asteroides que representam alguma ameaça para a Terra, mas não tem dinheiro para isso, anuncia um relatório da Academia Nacional de Ciências divulgado nesta quarta-feira. Embora a missão tenha sido atribuída à Nasa há quatro anos, o Congresso dos Estados Unidos nunca aprovou o financiamento para a construção dos telescópios que fariam o serviço de alerta. As informações são da agência AP.

A responsabilidade da agência é de, até 2020, localizar 90% das rochas espaciais com potencial de provocar uma catástrofe ao colidir com o planeta. No entanto, a Nasa informou que é capaz de completar apenas um terço da missão com os atuais equipamentos disponíveis.

A agência estima que cerca de 20 mil asteroides e cometas no Sistema Solar sejam ameaças potenciais por terem mais de 460 m de diâmetro. Atualmente, os cientistas sabem onde estão cerca de 6 mil desses objetos. "Rochas com um tamanho entre 460 m e 3,2 mil m de diâmetro são consideradas mortíferas e podem devastar uma região inteira", disse Lindley Johnson, gerente do departamento da Nasa que monitora objetos próximos à Terra.

No mês passado, os astrônomos foram surpreendidos quando um objeto de tamanho e origem desconhecidos se chocou contra Júpiter, tumultuando a superfície do planeta. Júpiter é atingido com mais frequência do que a Terra por causa da sua enorme gravidade, grande dimensão e localização.

A Nasa calculou que providenciar um serviço de monitoração de asteroides como a lei determina significaria gastar cerca de US$ 800 milhões até 2020, com o desenvolvimento de um telescópio em terra ou no espaço. A verba de US$ 300 milhões já ajudaria a agência a encontrar a maior parte dos asteroides com mais de 305 m de diâmetro, mas o dinheiro ainda não chegou.


Monitoramento de asteroides é pior ainda ao sul do equador

Enquanto cientistas dos EUA lutam para manter o monitoramento de asteroides no céu do hemisfério Norte, no hemisfério Sul a situação é bem mais precária, diz uma astrônoma brasileira que se dedica ao tema.

"Existe um projeto de varredura do céu na Austrália [no Observatório de Siding Spring], que está sendo desativado agora; é o único que estava efetivamente monitorando o hemisfério Sul", diz Daniela Lazzaro, do Observatório Nacional, no Rio.

A única iniciativa que existe agora no céu abaixo do equador é um telescópio do Uruguai, no Observatório Los Molinos, que não é tão bom para descobrir novos objetos --é usado mais para acompanhar cometas e asteroides já descobertos.

"A maioria dos objetos que são descobertos no hemisfério Norte se perde no céu do Sul, porque não tem ninguém para prosseguir com a observação", diz Lazzaro, coordenadora da assembleia da União Astronômica Internacional, que ocorre no Rio.

A pesquisadora tenta agora resolver trâmites burocráticos para instalar um telescópio alemão em Motoxó (PE), o Impacton, de um metro de largura. O projeto será dedicado apenas ao acompanhamento de asteroides.

"Era para o telescópio já estar funcionando", diz a cientista. "Foram abertas concorrências para as quais ninguém se candidatou. Mas, quando as obras começarem, em dois meses o telescópio estará operando."

Fonte: Portal Terra/UOL

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