sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Planeta gigante em chamas está perto de seu fim, diz estudo.

Será que os astrônomos que descobriram o planeta WASP-18b tiveram apenas sorte? À primeira impressão, o planeta, descrito na edição atual do periódico Nature, se encaixa em um perfil comum para planetas que foram descobertos em torno de outras estrelas: grande (tem cerca de dez vezes a massa de Júpiter), próximo à estrela mãe (a pouco mais de 3 milhões de km de distância, ou apenas um quinquagésimo da distância entre o Sol e a Terra) e quente (mais de 2 mil°C).

Aproximadamente um quarto dos quase 400 planetas descobertos até agora era do tipo "Júpiter quente". Mas quando uma equipe internacional de astrônomos olhou mais de perto, eles ficaram surpresos por terem conseguido avistar o WASP-18b.

As forças gravitacionais entre uma estrela e um planeta dissipam energia, e o WASP-18b está tão próximo de sua estrela hospedeira que deve cair dentro da mesma em menos de um milhão de anos - um piscar de olhos na escala cósmica. (Andrew Collier Cameron, professor de astronomia da Universidade de Saint Andrew e membro da equipe, notou que, com o iminente destino ardente do planeta, parecia apropriado que ele tenha sido localizado na constelação da Fênix.)

O sistema estelar tem cerca de um bilhão de anos, relataram os astrônomos. Por isso, as chances de eles terem observado o WASP-18b na margem do limbo eram de uma em mil. Em um comentário publicado com o estudo na Nature, Douglas P. Hamilton, professor de astronomia da Universidade de Maryland, apontou que essa probabilidade era tão remota quanto tirar dois ases vermelhos em seguida de um baralho completo.

"Entre esses 400 objetos, ele é singular", disse Hamilton. "É o único planeta que vai colidir com sua estrela em um milhão de anos." Mas a sorte não é a única possibilidade: a ignorância pode ser outra. Talvez os astrônomos não entendam a dinâmica das marés estelares.

A taxa de energia dissipada depende da maneira pela qual a estrela vibra - podendo emitir o som de um sino ou um som oco, como um pedaço de madeira. (Se a estrela estiver tilintando, menos energia é dissipada, e o WASP-18b não estaria caindo tão rapidamente.) Essa quantidade difícil de ser medida, que depende da turbulência no interior estelar, não é conhecida para cada estrela, nem mesmo no caso do Sol.

A resposta não terá de esperar um milhão de anos. Na verdade, os astrônomos vão ter que esperar apenas de cinco a dez anos. O WASP-18b já dá uma volta em torno da estrela a cada 22 horas, 35 minutos e 41,5 segundos - um ano em apenas um dia na Terra. Se o planeta estiver caindo tão rápido quanto está previsto, seu dia ficará notavelmente mais curto nos próximos anos.

Fonte: Portal Terra

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