Galáxias, em especial as espirais, são conhecidas por formarem estrelas universo afora. As imagens mais profundas, obtidas recentemente, mostram formação de estrelas em galáxias quando o universo tinha menos de um bilhão de anos de idade. Então o que se passa com esta galáxia?
NGC 2976 é uma galáxia espiral que nem tem cara de espiral, justamente porque faltam seus braços e a formação de estrelas se dá prioritariamente nos braços espirais. Nesta foto do Hubble nem dá para dizer que a galáxia é espiral. Onde foram parar os braços? E as estrelas que deveriam estar se formando neles?
A vizinhança é suspeita. NGC 2976 faz parte de um grupo de galáxias dominado por M81 a 12 milhões de anos-luz de distância, e a história é um tanto tortuosa. A interação entre as galáxias do grupo disparou a formação de estrelas na 2976 e isso vem ocorrendo há pelo menos 500 milhões anos. Só que essas interações também roubaram o gás da galáxia, em especial das suas partes mais externas. O que sobrou escoou rapidamente para o seu centro. Isso explica a falta de braços e a baixa formação de estrelas nas partes externas.
Atualmente, o que está acontecendo é que está acabando o gás nas partes externas e, por isso, a formação de estrelas está definhando. Além disso, essa crise de gás chegou ao centro. A quantidade de gás que foi para as regiões centrais está se esgotando à medida que mais e mais estrelas estão se formando. Segundo Benjamin Williams, da Universidade de Washington em Seattle, que liderou essa pesquisa, mais 500 milhões de anos e a festa acaba: não haverá mais formação de estrelas nessa galáxia.
O curioso neste caso é que a galáxia parece estar “encolhendo”, já que a taxa de formação de estrelas está diminuindo de fora para dentro! Teorias e simulações mostravam que este tipo de interação era possível, mas NGC 2976 é o melhor exemplo prático disso.
Fonte: Globo.com
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