terça-feira, 5 de julho de 2011

A econômica exploração espacial.

O custo potencial para a missão principal da Nasa para a lua congelada de Júpiter, Europa, foi recentemente estimado em US$ 4,7 bilhões. Em uma época de austeridade, é provável que seja uma limitação. Porém, John Sommerer acredita que seu laboratório possa enviar uma sonda para a lua de Saturno, Titã, por menos de um décimo disso.

Sommerer, chefe do departamento espacial no Laboratório de Física Aplicada (APL) em Laurel, Maryland, apresentou seu caso para cientistas planetários esta semana durante uma conferência na APL sobre missões de baixo custo.

O APL, braço de pesquisa e desenvolvimento da Universidade Johns Hopkins situada em Baltimore, propõe enviar uma sonda para Titã sob o Programa Discovery da Nasa, que remata orçamentos em US$ 425 milhões, excluindo o lançamento do veículo, “Quantos carros-chefe conseguiremos nesta próxima década? Talvez nenhum”, diz Sommerer. “É por isso que é tão importante preservar essas missões de baixo custo, cientificamente interessante e potencialmente sob mudança de paradigma”.

Corte de custos Há muitas maneiras de manter o custo baixo. Por exemplo, a MESSENGER, missão do Programa Discovery para Mercúrio fez um voo sobre a Terra, dois sobre Vênus e três sobre Mercúrio antes de entrar em órbita em março. Usando a gravidade do planeta para entrar em posição, a sonda poupou combustível para a difícil inserção orbital.

O software de coordenação de instrumentos do MESSENGER, chamado SciBox, também economiza dinheiro, harmonizando ele mesmo os instrumentos da sonda em vez de deixar o trabalho aos pesquisadores. Isso diminui custos com pessoal, diz Teck Choo, inventor do SciBox e engenheiro de software da APL, que acrescenta que outras propostas de missões espaciais estão adotando o software.

Há economia a ser feita com equipamentos também. Maria Zuber, principal investigadora da missão GRAIL, missão para medir o campo gravitacional da Lua, usou projetos de instrumentos da GRACE, missão da Terra com objetivos similares de medição de gravidade, e adaptou o projeto da nave espacial dos de um satélite militar classificado.

A GRAIL, missão que também faz parte do Programa Discovery, deve ser lançada em setembro, com seu orçamento de US$ 468 milhões, que incluem o custo do lançamento de seu veículo. Entrará na orbita da Lua em janeiro de 2012 e obter seus conhecimentos rapidamente é outra forma de manter os custos baixos. “É uma missão de mapeamento de três meses, e é isso”, diz Zuber do Massachusetts Institute of Technology em Cambridge.

Zuber economizou dinheiro olhando para o passado, enquanto outras missões estão buscando seguir os passos de tecnologias que vêm com risco, mas que podem manter os custos baixos também. Muitos têm grandes esperanças por uma nova fonte de energia chamada Advanced Stirling Radioisotope Generator (conhecida pela sigla em inglês ASRG e que significa "gerador Stirling de radioisótopos avançado), que utiliza uma quantidade menor de plutônio-238 e é mais eficiente que fontes de energia de radioisótopos anteriores.

Fortes concorrentes Dois dos três finalistas para a última rodada de missões do Programa Discovery, que foram anunciadas em maio, incluem um ASRG. Um é a proposta do APL’s Titan Mare Explorer, que enviaria uma cápsula flutuante para os mares de metano e etano no hemisfério setentrional de Titã para colher amostras de líquidos, buscando qualquer sinal de química organizada.

Um ASRG seria mais leve que baterias e poderia prover energia para a sonda por cinco ou seis dias de Titã, o equivalente a quase 100 dias da Terra. Em oposição, a sonda Huygens, que a nave Cassini deixou em Titã em 2005, durou apenas 90 minutos na superfície gelada da lua.

O Titan Mare Explorer chegaria em 2023, quando será verão no hemisfério setentrional de Titã e parte da superfície estará encarando a Terra. Isso permitiria que a cápsula emita dados de volta diretamente, sem o apoio de uma nave cara.

Desde que o Programa Discovery começou em 1992, sete missões independentes foram lançadas com sucesso. Outras três estão no caminho, incluindo o GRAIL.

Pode-se pensar que os objetivos óbvios já foram atingidos, porém Sommerer diz que a proposta de seu laboratório mostra que não é o caso.

“Estamos fazendo uma nave de pouso para planetas distantes e, a propósito, é um barco para o orçamento do Discovery”, diz Sommerer. “Não acredito que todas as frutas acessíveis já tenham acabado na árvore”.

Fonte: MSN

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