quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Sonda russa decolou rumo à Phobos.

A Rússia lançou nos primeiros minutos desta quarta-feira (hora local) uma sonda rumo à Phobos, uma das luas de Marte, onde deve recolher amostras e trazê-las para a Terra, informou a agência espacial Roskomos.

 O foguete Zenit que transporta a sonda Phobos-Grunt (Phobos-Sol em russo), decolou às 00H16 de Moscou (18H16 Brasília de terça) do cosmódromo russo de Baikonur, nas estepes do Cazaquistão, segundo imagens "ao vivo" difundidas pelo site da Roskosmos.

 Às 20h28 GMT (18h28 de Brasília) desta terça-feira, ocorreu a separação da sonda do lançador e foi anunciado que Phobos-Grunt tinha alcançado sua órbita ao redor da Terra, cujo campo gravitacional lhe permitirá tomar a direção de Marte às 01h00 GMT (23h00 de Brasília) de quarta-feira.

 "640 segundos, o voo é normal", declarou um dos controladores do voo, cerca de 10 minutos depois do lançamento.

 A missão à maior das luas de Marte retoma a exploração russa do Planeta Vermelho, que havia deixado aos ocidentais com a esperança de saborear o sucesso de uma expedição interplanetária após 25 anos de jejum.

 A missão da Phobos-Grunt tem por objetivo tomar amostras deste satélite de Marte, em órbita a 6 mil quilômetros do planeta, e trazê-las à Terra para determinar as características de sua superfície. Também analisará a origem da maior das duas luas do Planeta Vermelho, assim como a atmosfera marciana.

 Para isso, Phobos-Grunt leva uma aeronave para "aterrissar" dotada de uma carga útil científica que permitirá que colete amostras, e um módulo para seu retorno à Terra.

 Phobos-Grunt também colocará em órbita em torno de Marte um satélite chinês Yinghuo-1.

 Segundo o Centro Nacional de Estudos Espaciais francês (CNES), associado à Roskosmos nesta missão, o veículo chegará ao destino em 2013 e as amostras estarão na Terra em 2014.

 "Se Phobos-Grunt chegar a Phobos e colocar em órbita o satélite chinês, já será um sucesso. E se conseguir amostras do solo e trazê-las à Terra, isto superará todas as expectativas", declarou à AFP o especialista russo Igor Lisov.

 Para a Rússia, este lançamento é de grande importância, já que se trata de sua primeira missão interplanetária depois do fracasso de Marte 96, lançado em novembro de 1996.

 Após uma falha da nave Proton, a sonda caiu no oceano Pacífico, acabando com as esperanças da Rússia, que contava em reativar seu programa espacial, em declínio desde a desintegração da União Soviética.

 O interesse pelo planeta vermelho cresce: na semana passada, seis voluntários terminaram uma missão que consistia em permanecer fechados durante 520 dias em uma réplica de uma nave espacial para simular uma viagem a Marte. No entanto, nenhuma expedição humana em direção a este planeta está prevista antes de vinte anos.

 A última missão interplanetária bem-sucedida de Moscou data de 1986, com o lançamento das sondas soviéticas Vega para explorar Vênus e o cometa Halley.

 Pelo contrário, os americanos multiplicaram as missões interplanetárias, como a Mars Global Surveyor, em 1996, ou a Phoenix Mars Lander, em 2007, e o lançamento de veículos em direção a Marte.

 Já a Agência Espacial Europeia (AEE) lançou em 2003 com sucesso sua primeira sonda em direção ao Planeta Vermelho no âmbito do programa Marte Expresso.

 A agência espacial russa Roskosmos sempre esteve interessada em Phobos. Em 1988 e 1989, a Rússia lançou as sondas Phobos 1 e 2 para sobrevoar o satélite, mas as missões foram um fracasso.

 Previsto para 2009, o lançamento de Phobos-Grunt foi adiado até 2011. A cada dois anos, a distância entre Marte e a Terra diminui, o que facilita os lançamentos.


Fonte: UOL

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